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Confira aqui textos autorais dos executivos da Abradee e as principais notícias da entidade.
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FONTE CORREIO BRAZILIENSE
Entrevista – Fernando Bezerra Coelho Filho: Privatização reduzirá tarifas
Ministro de Minas e Energia diz que desestatização da Eletrobras pode ser votada ainda neste semestre pelo Congresso
O ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, acredita que, mesmo com resistências à privatização da Eletrobras, o projeto será aprovado ainda no primeiro semestre deste ano. Durante entrevista ao programa CB.Poder, uma parceria entre o Correio Braziliense e a TV Brasília, ele disse que a votação é o plano A e que a sua saída do ministério para disputar as eleições não vai atrapalhar o texto no Congresso. “Até porque volto para a Câmara para poder ajudar nesse debate.”
Quanto aos recentes ataques à caravana do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o ministro de Minas e Energia parece se preocupar com o cenário dos próximos meses. “É preocupante, independentemente da posição partidária, e tenho respeito por todos. Lamento por Lula, e só porque uma pessoa pensa diferente, é inaceitável estarmos presenciando atos assim. Muito antes de o ato acontecer, já havia um movimento de intolerância”, completa. Confira os principais trechos da entrevista:
Caso a Eletrobras seja privatizada, qual será o impacto?
Apesar de o preço da energia na contratação através dos leilões ter se reduzido, o consumidor tem recebido uma conta cada vez mais cara. Evidentemente, todo problema do aumento de energia não está em uma única empresa e num único local. Mas a Eletrobras tem necessidade de fazer uma série de aprimoramentos e de ganhar eficiência. Nos últimos anos, acumulou prejuízos bilionários, enquanto concorrentes acumularam lucros. Ela tem custos muito superiores à concorrência. Nos cálculos da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), se a modelagem de privatização que vier a ser aprovada pelo Congresso for a que foi enviada pelo governo, teremos uma redução inicial em torno de 2% a 2,5% na tarifa já em 2019
É uma discussão difícil em ano eleitoral. O governo tem um plano B caso não consiga aprovar a proposta?
Vamos continuar trabalhando com o cronograma para podermos aprovar na Câmara e no Senado no primeiro semestre. Tenho sinalizado isso para a parte política do governo e nós ainda trabalhamos com o plano A, que é de conseguir votar o projeto ainda no primeiro semestre.
Já há uma análise do blecaute que atingiu grande parte do país na semana passada? Há fragilidade no sistema?
Do ponto de vista do abastecimento, não corremos nenhum risco. A interrupção da semana passada ocorreu por uma falha em uma subestação. Não foi falha de usina, de geração, foi de equipamento em uma subestação que escoa parte da energia de Belo Monte. O Operador do Sistema Elétrico (ONS) pediu sete dias para apresentar um relatório.
Nós teremos uma dificuldade no futuro relacionada a construções de hidrelétricas. Como o senhor imagina, no futuro, a matriz energética brasileira?
O Brasil tem uma matriz muito limpa. Algo em torno de 17% da nossa geração é hídrica, mas esgotamos os aproveitamentos óbvios e os que se apresentam hoje levantam discussões ambientais bastante severas. O Plano Nacional de Energia, preparado pelo ministério, aponta para um crescimento da geração baseada em energias renováveis, eólica e solar principalmente. Mas elas são intermitentes: a solar não tem à noite, e a eólica só tem quando tem vento. Então precisamos de uma energia firme para podermos manter a estabilidade do sistema.
Ou seja, estamos fadados a viver em instabilidade?
De forma alguma. Estamos estimulando também as usinas elétricas a gás, que, das fósseis, é a mais limpa, aproveitando o momento em que o Brasil deve se tornar um país exportador de gás natural, por conta, principalmente do pré-sal. A matriz energética, no futuro, será ainda muito lastreada na energia hídrica, mas tendo a expansão focada em eólica, solar, e com energia térmica a gás, que é mais barata e mais eficiente.
O que a reforma do setor elétrico da União contempla?
A reforma vai possibilitar ao consumidor brasileiro a oportunidade de acessar os avanços tecnológicos no setor elétrico. Queremos dar um estímulo, através da tarifa, para o consumidor usar um eletrodoméstico, por exemplo, no horário em que a energia é mais barata, como se faz em outros países. Isso é uma das possibilidades que existirá com a reforma do setor. A outra é dar ao consumidor brasileiro a chance de escolher de quem vai comprar energia. Além disso, vamos incentivar a microgeração, para que ele possa gerar sua própria energia.
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